sábado, 9 de janeiro de 2010

(IN)JUSTIÇA E IGUALDADE

Brasília não tem mais do que se queixar. Considerada, até recentemente a menina pura, estoicamente redentora e promissora, nada mais fica a dever às suas irmãs mais velhas. Filha legítima deste Brasil varonil, embora púbere, já ostenta os mesmos atributos das mais experientes, com muito mais “graça e arte”. Um verdadeiro prodígio.

Aprendeu, como ninguém, a arte da dissimulação, dos engodos, da manipulação e da covardia. Em seu estandarte juvenil já figuram corrupções, mensalões, dinheiros nas malas, nas cuecas e nas meias. De seu próprio ventre, ainda em formação, germinam as (in)diferenças sociais: favelas, traficantes, opressores e oprimidos, etc. Afinal, ela é a filha dileta do pai Brasil.

Como na monarquia, parte de seu séquito mais íntimo, como é costume na casa de suas irmãs, senta-se ao lado do rei para compartilhar-lhe a farta mesa da corrupção. Outra parte, assim como cães e gatos, alimenta-se, com a permissão de sua majestade, das migalhas que caem pelo chão. Os cães, quando sua majestade se vê obrigado a deixar o trono, acompanham-no, enquanto os gatos permanecem à espera do novo rei, para, “leal e serviçalmente”, lamber-lhes as botas.

E, assim, a ”igualdade” entre a irmandade (e a continuidade) se perpetua neste mundinho que chamamos “pátria”. Neste mundinho onde os interesses pessoais permeiam os projetos político-partidários, que estão acima do governo, que, por sua vez, encontra-se acima do Estado.

Salve Brasília!!!